Aprendemos a silenciar nosso ritmo interno, nosso corpo, nossos desejos, pra servirmos a um sistema de produção linear. Noto que vivemos desconectades de nós mesmes. Nossa cultura valoriza a máquina e menospreza a natureza. Só que somos bicho, nós somos natureza e não máquina. E bicho sente medo, sente dor, raiva, fome, amor. A experiência humana de vida na Terra se dá a partir do corpo, a partir da sensorialidade. Conseguimos elaborar essa experiência graças a nossa maravilhosa capacidade de raciocínio. E eu adoro ser intelectual também. Não há nada de errado nisso. Mas supervalorizar o cabeção e esquecer que somos bicho, não funciona. Nos adoece.
Há algum tempo passei a me perceber como uma ativista da autoescuta. Porque entendo a escuta como o principal caminho de conexão, inteligência e saúde para o sistema de qualquer relação. E entendo que essa habilidade da escuta começa em nós. Quanto melhor a gente se escuta, melhor a gente desenvolve a habilidade de escutar o outro e o mundo.
E essa habilidade começa no corpo e na percepção da complexidade do nosso mundo interno: nomear, distinguir sensações, as inter-relações que se dão. Emoções são como um sinal de fumaça do nosso corpo avisando que o nosso sistema está sendo atendido ou está desalinhado.
É a forma generosa que ele tem de nos avisar se estamos no nosso centro ou não. E o que causa a fumaça são as necessidades, nossos desejos, que não querem ser negligenciados.
É sobre refinar a nossa capacidade de ouvirmos o corpo e ampliar nosso repertório sobre nós mesmes, o que nos inspira, como sustentar as sensações – de dor e de prazer.
Eu te pergunto: como está o seu maxilar e a sua coluna agora? O que o seu corpo está tentando te dizer ultimamente? É um exercício constante. Te convido a praticar 😉 … Se você puder escrever aqui nos comentários, vou adorar saber: o que o seu corpo está te falando hoje?