Pausa na tarefa doméstica pra me lembrar publicamente que ta tudo bem tomar meu tempo, sem pressa. Ter todo tempo que eu quiser antes de saber expressar. Não significa que não esteja acontecendo muito trabalho e muito estudo (principalmente interno). O tempo de preparação – que não dá resultado aparente – é fundamental e não linear. Acho irônico quando chamam de trabalho invisível porque é muito visível e materializado diariamente.
Lembrete: é uma sabedoria criar bases firmes, cuidar da estrutura e da nutrição do solo. Atender necessidades que vão muito além da produção e apresentação externa. Não se faz edifícios sem fundações. Senão, só se constroem castelos de areia. Como é bom estar organizada comigo e acolhendo o que ta vivo – sem excluir nenhuma parte. Sem perfeccionismo, sem medo de experimentar, mas sem pressa, confiando no ciclo e reconhecendo que o trabalho cotidiano e sem resultados aparente já é o trabalho em si. Repito pra mim mesma: já é o trabalho em si.
Me lembro que parece simples, mas envolve muitas quebras de paradigmas. Envolve não escolher em oposição dor e beleza, integrar tudo que me habita. Viver as dores e belezas do mundo – sem negar uma ou outra. Dar vazão pra ambas.
Como eu me movo durante o processo (independente do resultado) tem sido um grande barato.